Já aos 3 anos, as crianças do Colégio Jardim Anália Franco, na zona leste da capital paulista, são estimuladas a compreender a linguagem escrita. Conhecem o formato das letras em jogos, veem seu nome escrito no material e têm livros à disposição para folhear e observar. Muitos aos 5 anos já conseguem ler e escrever pequenas frases. “Mostramos o mundo da escrita sempre de maneira lúdica e sem pressão e elas vão progressivamente se alfabetizando. E não há nenhum problema quando esse processo acontece mais tarde aos 6 ou 7 anos”, diz a diretora, Nevinka Tomasich, sobre a Base Curricular.
Base Curricular com respeito
Ela ressalta que, antes da alfabetização, é importante que a escola estimule com brincadeiras outras habilidades, como a psicomotricidade, o controle dos movimentos, a maturidade. “Não adianta querer ensinar a escrever se ela ainda não consegue segurar um lápis. É preciso respeitar as etapas de aprendizado e o tempo de cada uma.”
Apesar de sua escola iniciar o processo já aos 3 anos, Nevinka admite ter receio de que o documento possa apressar demais a alfabetização. “Uma coisa é fazer de forma leve e sem pressão, outra é ter uma obrigatoriedade e as escolas iniciarem uma competição para ver quem faz mais rápido – e os pais entrarem nessa pressão.”
Para ela, o essencial da educação infantil é o tempo de brincadeira. “Muitas vivem em apartamento, ficam muito tempo no mundo digital. A escola é onde aprendem a socializar, correr, pular.”